sábado, 28 de abril de 2012

Operação Mãos Limpas: Jornalista e filho faziam parte da folhinha da Assembleia Legislativa

Numa das páginas do  extenso relatório da "Operação Mãos Limpas" da Polícia Federal, deflagrada no dia 10 de setembro de 2010, há relatos de inúmeras regularidades e malfeitos na Assembleia Legislativa do Amapá (ALEAP), envolvendo relações de nepotismo e vínculos maternais, ou seja, casos em que tanto mãe quanto o filho constavam como servidores da Assembleia. 

Os peritos observaram a existência de conchavos políticos entre deputados e membros da imprensa, que em tese eram nomeados junto com parentes em troca do silêncio político.

A prática de nomear jornalistas ou parentes na Assembleia Legislativa continua sendo comun na gestão atual. Diante da falta de transparência, o Ministério Público até o presente momento não conseguiu ter acesso ao número de funcionários efetivos, comissionados e assessores da ALEAP.

Numa das passagens do relatório da PF que trata da relação promíscua de nepotismo, verificou-se que fíguras públicas até então tratadas como exemplo de "moralismo" na imprensa,  também foram beneficiadas pelo esquema da "folhinha".

A jornalista e blogueira Alcinea Maria Cavalcante Costa (http://www.alcinea.com/) foi servidora da Assembleia Legislativa nos anos de 2007, 2008 e 2009, junto com o filho Marcio Harley Cavalcante Costa como aponta o relatório da PF.

O blog buscou informações com fontes da ALEAP para saber se a jornalista e o filho cumpriam rotineiramente as funções de um servidor. Não se sabe se mãe e filho davam expediente normal nos anos em que estiveram nomeados na ALEAP. A Operação Mãos Limpas apontou a existência de inúmeros funcionários "fantasmas" na legislatura passada, presidida pelo deputado Jorge Amanajás (PSDB).

Jorge Amanajás assumiu a presidência da ALEAP após a gestão de Lucas Barreto (PTB). Amanajás foi eleito presidente com o apoio do petebista. Sabe-se que Alcinea Cavalcante foi Coordenadora do Departamento de Comunicação da ALEAP na época que Barreto presidiu o poder legislativo. A permanência da jornalista como servidora da Casa teria sido uma das exigências do acordo para que Barreto apoiasse a eleição de Jorge Amanajás.

Em 2010, Alcinea Cavalcante comandou a assessoria de imprensa de Lucas Barreto na campanha eleitoral. Segundo relatos de jornalistas e pessoas que apoiaram Barreto, a jornalista era a responsável pela tática terrorista de espalhar boatos e mentiras contra o candidato Camilo Capiberibe e o PSB no segundo turno das eleições.

O caso é apenas a ponta do iceberg como aponta a perícia, já que participaram do esquema apresentando vínculo maternal cerca de 226 servidores, como mostra a tabela acima, retirada do relatório da PF na Operação Mãos Limpas.

3 comentários:

Anônimo disse...

A pergunta é: quem não tem cargo na ALAP? Pelo visto muita gente se beneficia da desgraça da maioria dos amapaense, lamentável. Empreguismo em troca de apoio indireto. Vamos ter muito trabalho para mudar essa realidade.

Anônimo disse...

Um dos nomes da lista (uma das Anas) é um caso de homônimo, pois a mãe do rapaz que foi servidor da AL, tem o mesmo nome de outra servidora da AL, o que parece ter levado a PF a equívoco, nesse caso específico. Em exemplo lógico, B trabalhou da AL e é Filho de A1. A2 trabalhou na AL, tem o mesmo nome que A1, mas não é mãe de B.

Anônimo disse...

My god, nao sobra ninguem todo mundo esta lambuzado neste mar de lama.